Queda de cabelo, que droga! Ou será que não?
A calvície, conhecida tecnicamente como alopecia, é um desafio que homens (e mulheres, é claro), em especial, enfrentam devido à ação da testosterona, o principal hormônio masculino. Embora indispensável para características como força muscular e libido, esse hormônio também pode ser o vilão dos cabelos. Ao ser metabolizado por uma enzima específica, ele se transforma em DHT (diidrotestosterona), substância que atrofia os folículos capilares, isso resulta em fios mais finos e frágeis, que caminha à queda definitiva. Não é à toa que a famosa expressão “é dos carecas que elas gostam mais” ganha um quê de alívio para muitos homens: a calvície, afinal, é pra quem tem testosterona alta!
Embora a alopecia androgenética, ou calvície hereditária, seja a mais comum, o universo da queda capilar é vasto. Temos desde a alopecia areata, que causa falhas localizadas no couro cabeludo ou na barba, até a queda temporária provocada por estresse, má alimentação ou uso excessivo de produtos químicos. Apesar da diversidade de causas, a predominância entre homens se deve à combinação entre genética e hormônios. Curiosamente, enquanto a testosterona tem seu papel destacado, mulheres também podem enfrentar quedas semelhantes, mas em menor escala, dado que produzem esse hormônio em níveis reduzidos. Por isso é preciso tanto cuidado quanto se faz reposição hormonal, pois, um dos efeitos colaterais possíveis da reposição de testoterona, tanto em homens quanto em mulheres é a queda de cabelo.
O ciclo natural dos cabelos segue um ritmo harmonioso: crescimento, repouso e queda. Em condições normais, perdemos entre 50 a 100 fios por dia, sem risco de calvície, pois novos fios os substituem. No entanto, quando fatores hormonais ou genéticos interferem, essa substituição é interrompida, deixando o couro cabeludo mais exposto. Outros elementos, como oleosidade excessiva ou dermatite seborreica, agravam a situação, levando à rarefação dos fios e aumentando a sensação de perda capilar. Por isso, entender a origem do problema é o primeiro passo antes de se aventurar em tratamentos ou recorrer a soluções estéticas.
Para muitos, a busca por tratamento é uma corrida contra o tempo. Produtos como Minoxidil e Finasterida podem ajudar a retardar a queda ou fortalecer os fios que ainda restam, mas não fazem milagres em casos avançados e nem alteram sua condição genética a ponto de ser possível parar de usar. Contudo, nos últimos anos, o implante capilar tornou-se uma alternativa popular, especialmente para aqueles que desejam resultados mais definitivos. Porém, é essencial ter expectativas realistas: enquanto a ciência avança, a calvície de origem hereditária ainda não tem cura completa, apenas controle. Além disso, hábitos como evitar bonés apertados, calor excessivo no couro cabeludo e má alimentação podem fazer diferença no ritmo de queda.
Então, é dos carecas que elas gostam mais? Talvez. Tratamentos existem e podem ajudar, mas, aceitar a perda dos fios com confiança também é uma boa escolha.
Por Cyssu Pantaleão